domingo, 31 de dezembro de 2017

Feliz 2018!

Desejo a todos um excelente fim de ano e que a entrada no próximo se mantenha da mesma forma: excelente. Que o novo ano nos ensine a olhar em volta e junto dele traga mais compreensão, solidariedade, compaixão e liberdade. Liberdade de sermos quem realmente somos. Liberdade de aceitar aquilo que os outros são e as opções que tomam, sem nunca nos deixarmos prejudicar pelo medo tão comum de dizer não.

Paz. Amor. Sorriso nos lábios e nos olhos.


Claúdia



Turista na própria cidade (:

Claúdia

sábado, 30 de dezembro de 2017

Leitura#1

Se há algo que gosto mesmo de fazer, que me dá um profundo prazer e deleite é ler. Ler para mim é mais gratificante do que ouvir música e/ou ver tv (esta é a minha ordem preferencial:ler, ouvir música e só depois ver tv). Como já referi anteriormente, houve um tempo é que tive uma centena de livros e atenção, sempre segui esta regra: comprar novo livro só após  ler os que já tenho. Mesmo agora que não compro livros (ler postagens anteriores), a minha média é de 2 livros por mês, o que para mim é o necessário para ler com qualidade e sobretudo entender a mensagem que cada frase quer transmitir.

Tenho autores que adoro de paixão (tal como todo o mundo) e outros que apenas me despertam a curiosidade por um livro em particular. Gostos não se discutem, todavia devo admitir que sou francamente fã de alguns autores portugueses e o meu escritor de eleição é português. Já diz o povo: o que é nacional é bom :)

Creio pra mim (é somente a minha opinião pessoal) que só tem sensibilidade para a escrita aquele que lê e sente uma alegria tão grande pelos livros como o Cristiano Ronaldo sente em relação a uma bola de futebol, que é como quem diz: só quem gosta e sente é que pode perceber.

De momento este é o meu livro de cabeceira:


Claúdia

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

2018, a lista

Nunca fui muito a favor de "objectivos" ou "realizações" que cada um de nós se compromete com a chegada de um novo ano (convenhamos que a maioria de nos desiste ou pura e simplesmente esquece toda uma lista nas primeiras três semanas). Contudo, e como sou pessoa de levar ao fim objectivos pessoais e gosto de atingir metas que (preferencialmente) dependam em grande parte de mim, resolvi desafiar-me em três vertentes.

1. Não comprar roupa durante o ano 2018
É isso mesmo, ao longo do ano não vou gastar um cêntimo que seja em vestuário. Porque? Quero provar a mim mesma que sou criativa e competente o suficiente para encontrar "vida" e alternativas no meu guarda roupa minimalista, sem me cansar ou aborrecer. *a única excepção será se houver alguma peça ou calçado que se estrague e precise obrigatoriamente ser reposto.


2.  Não comprar livros durante o ano 2018
Mais uma medida que vai deixar sorridente o meu bolso e evitar pó nas prateleiras cá de casa. Vou dar o devido uso ao meu cartão da biblioteca e usufruir dos livros incríveis que por lá aparece.


3.  Fazer 5 refeições por semana sem carne
Retomando esta minha jornada pelo vegetarianismo e cada vez mais adepta deste estilo de vida e sobretudo, cada vez mais consciente no impacto que o nosso egoísmo tem na vida dos animais, proponho-me a fazer pelo menos 5 refeições por semana sem qualquer vestígio de carne.
Actualmente já supero bem este número estipulado, contudo, há vezes que janto ou almoço em casa do namorado e não tenho o à vontade e quiçá coragem suficientes para recusar aquilo que com tanto carinho preparam para mim. E confesso que algumas vezes em que vamos jantar ou almoçar fora eu quase que inconscientemente peço a maior das minhas tentações: salmão. Sinto-me triste por dizê-lo, mas é verdade :( Tento dar um paço de cada vez e ir fazendo as mudanças de forma gradual e ao longo do tempo, para não ter impacto negativo no meu dia a dia.


E vocês? Quais as resoluções para o novo ano?

Claúdia

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Aproveitando a onda em que estamos depois do Natal e muito perto da virada do ano... Numa de pedidos e desejos futuros (que aguardamos que se concretize no imediato)... Que nunca me falte a inspiração para agradecer mais um dia tranquilo e com energia suficiente para correr, e mesmo chegando a casa cansada do trabalho e outros afazeres, ter a capacidade de preservar o sorriso no rosto e no coração.

Claúdia

Pré treino

Isto é a única coisa que eu como antes da corrida matinal de aproximadamente 38 minutos. Nunca fui defensora de treinar em jejum, e acredito afincadamente que não há benefício algum em fazer exercício de estômago vazio.

O que vos parece? :)


segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Publicidade enganosa

Vamos falar do machismo na publicidade. Sim, na publicidade, marketing e afins. Porque já me sinto cansada. Minha gente as mulheres estão cansadas, fartas, sem paciência.

A razão e motivação de todo o meu descontentamento é que hoje ao abrir o e-mail recebi publicidade de uma marca de roupa muito conceituada (até aí tudo bem. Isto não é algo que nos acontece todos os santos dias?). E, por sua vez, essa marca destaca-se maioritariamente pelo design de roupa desportiva. Surf, running, Yoga, escalada, etc e tal. Qual não é o meu espanto quanto ao abrir o email vejo duas imagens que se contrastam: de um lado um rapaz a surfar uma onda gigante (adrenalina, diversão, liberdade... estão a acompanhar?) e do outro lado oposto uma rapariga (mulherão) em bikini bastante reduzido quase que a rebolar na areia... Percebem até onde vai a minha frustração? Porque mais uma vez o desporto como sentido de aventura, prazer, superação de limites, contacto e união com a natureza fica associada só e apenas aos homens. Por seu lado, a mulher (e apesar de este tema já ter sido debatido inúmeras vezes) continua a ser símbolo de sexualidade e nudez. Aliás, quer parecer-me que a mulher apenas vai à praia para exibir o seu corpo escultural e "fingir" que se diverte. Sim senhores do marketing é mesmo essa a ideia que vocês transmitem com essa vossa publicidade agressiva e de certo modo perversa.

Qualquer mulher e/ou rapariga que olhe com olhos de ver as imagens que eu vi apenas se pode sentir triste e complexada. Aquela imagem de uma mulher super sensual na praia, com os cabelos super cumpridos e cuidados, os glúteos tonificados e barriga totalmente definida são uma imagem irreal do corpo feminino. Cada mulher tem o seu corpo e sempre que tentamos caminhar na aceitação da nossa barriga que apesar de não ser tonificada continua a ser linda, dos nossos cabelos rebeldes, do nosso tamanho 38 de calça, há sempre alguém ou "alguéns" que tentam interferir negativamente nesta nossa visão.

De uma vez por todas: o desporto como actividade física, suor e satisfação não é exclusivamente feminino. De uma vez por todas: a mulher não é apenas símbolo de sexualidade. De uma vez por todas: a mulher tem direito a ser amada pelo que é e não por aquilo que idealizam que seja. De uma vez por todas: a mulher tem direito a ir a uma loja que tenha o seu tamanho - a roupa é que tem de se adequar ao seu corpo e não o inverso. De uma vez por todas: a mulher tem o direito de ser o que é e ser feliz e sentir-se bela com isso.

Publicidades e marketings que se interessam apenas por modelos da Victoria Secrets um manguito para vocês :)

Claúdia

domingo, 24 de dezembro de 2017

Como eu economizo

Sempre que chega esta altura do ano é frequente haver uma introspecção sobre tudo aquilo que sucedeu durante todo o ano e, como não podia deixar de ser, uma lista sobre as resoluções que cada um se propõe e realizar (ou tentar atingir vá) no ano que aí vem.
Deixarei a minha lista para um outro post... Contudo, e como bem sei que há um item que é bastante comum em todas as listas, escreverei um pouco sobre ele: reduzir custos. Este item pode ser explicado por variantes infindáveis, tais como: poupar dinheiro para fazer uma viagem, porque recentemente fiquei sem trabalho, porque me vou casar ou sair da casa dos pais para ir viver sozinho (ou acompanhado), etc e tal. Por isso, e antes que o dia avance e com ele traga a consoada de Natal vou deixar alguns dos meus "truques" que me dão possibilidade de guardar uns trocos todos os meses.

(mais uma vez alerto: tudo o que escrevo é baseado na minha experiência pessoal)

Requisitar livros na biblioteca

Lembro-me que cheguei a um ponto que tinha mais de 100 livros na estante do meu quarto (que já não existe) que se tornou mais sensível devido ao peso. E menos limpa devido ao pó que surgia do papel todo acomulado e de não mais reler a maioria dos livros. Doei todos os meus livros a amigos e familiares e hoje em dia utilizo o meu cartão da biblioteca para manter o meu amor pela leitura. A história que consiste em cada bom livro deve ser partilhada e não apenas acomulada nas prateleiras :)
Levar sempre comigo lanche e almoço para o trabalho e snacks sempre que vou passear
Esta é fácil e penso que todo o mundo compreende e é possível fã. Para além de ser mais saudável (normalmente), levarmos connosco o nosso almoço/jantar e lanche para o trabalho ou para um passeio é um excelente mealheiro todos os meses.


Substituir champô + gel de banho + creme hidratante por sabão de barra e óleo de amêndoas doces

Ok, ok esta sugestão pode não convencer a maioria, todavia posso apenas justificar em minha defesa que antes da substituição gastava aproximadamente 15 euros de 2 em 2 meses e agora gasto 3 euros no mesmo espaço de tempo. Vamos a contas? :) Para tudo o mais, hoje o meu cabelo e a minha pele não sangram :)

Faço a minha própria depilação + buço +  sobrancelha = 20 euros na minha conta todos os meses

Substituí guardanapos de papel assim como lenços por pano. Apenas. Mais ecológico, menos desperdício, mais higiénico

Roupas, electrónicos e variados em segunda mão

Já confessei mais do que uma vez que sou fã destas lojas. A qualidade na maioria das vezes é superior ao que encontro nas lojas ditas "comerciais" e em relação à roupa é simplesmente fantástico. As roupas que comprei em 2ª mão deixam-me contente sempre que as visto e quando as olho com maior atenção consigo ver em cada uma um pouco da história da pessoa que a usou antes. P.s - o meu telemóvel também é de 2ª mão e nunca me trouxe problemas :)

E vocês? Como fazem para economizar dinheiro diariamente?

Claúdia

sábado, 23 de dezembro de 2017

E nunca será demais agradecer por ter-te na minha vida neste momento. Não sei nada sobre o futuro. O que bem por aí. Contudo, e no meio de tanta bagunça emocional e social, tu continuas a ser um dos "lugares" mais bonitos do mundo. Do meu mundo.

Claúdia

Feliz Natal

Que o Natal seja mais do que a corrida para as prendas e para os empurrões nos corredores das lojas. Que o Natal seja bem mais do que o consumismo sem medida e a ganância do ter.

Que para todo o mundo fosse possível um Natal com mesa posta pelo menos para duas pessoas (sem solidão), uma fatia de bolo rei e cheiro de aconchego da canela e dos legumes tão bem cozinhados.
Que o Natal para além de ser o divagar de uma lareira acesa que aquece todo o nosso esqueleto, seja também o fogo que acende os nossos corações. De gratidão e generosidade.

Feliz Natal.

Claúdia

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Hora do Lanche

Quero apenas informar que este blog não será um "canto" da culinária ou receitas de fazer água na boca... Apenas um pouco do meu dia a dia :)

Hoje para o lanche foram papas de aveia (a seguir ao pão este é um dos alimentos fundamentais: barato, saudável e "mata" a fome) com muesly e dois kiwis. Simples, fácil e eficaz.

Claúdia

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Achado

Algumas das roupas do meu armário são peças que comprei em segunda mão. O meu armário é muito reduzido comparativamente com o número de roupas que normalmente compõem um guarda roupa dito "normal". Ao todo (excepto roupa de corrida, pijama e roupa interior) tenho 20 peças de roupa. E não, não é armário cápsula :) são as minhas roupas na totalidade e que satisfazem verdadeiramente o meu dia a dia. Não poderia estar mais contente.

Desde uns jeans boyfriend, uma blusa bonita e delicada e uma camisola de malha... e mais recentemente (hoje!) um blusão para combater os dias mais frios que se fazem sentir este Inverno. Castanho, de couro, vintage e com  muitos anos e qualidade incrível. O custo? Apenas 20€. Da Camel minha gente! Logo que lhe coloquei o olho em cima percebi que era amor à primeira vista, e como cereja no topo do bolo é exactamente o meu tamanho: s. Vesti e senti-me super bem e elegante com ele. Trouxe-o comigo. Sem sentimento de culpa ou com pensamento de dinheiro mal gasto. Aliás, se houve algo que aprendi é que ter pouca roupa é suficiente para mim, desde que a mesma seja de qualidade.

Como já referi noutras postagens anteriores, perdi muito peso e a verdade é que o meu casaco com a funcionalidade de me proteger do frio no Inverno já não me favorecia. Fica muito largo e sem graça. Assim que cheguei a casa coloquei a minha nova aquisição na cruzeta e ofereci o meu anterior casaco à minha mão. Conclusão: duas pessoas ficaram felizes :)

Claúdia

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O orgulho por vezes é tanto que sou capaz de dizer não apenas para mostrar que me senti desrespeitada ou não ouvida. Por vezes em situações sem importância nenhuma... E como dar o braço a torcer custa tanto e tanto, fico a soluçar no silêncio... Porque a boca que disse não, sente por dentro o coração descontrolado a gritar sim.

Quem nunca?

Claúdia

sábado, 16 de dezembro de 2017

Correr

Muita gente me interroga sobre a minha rotina de treino diária. Sim, eu sou a "maluquinha" que corre todos os dias. De manhã. De segunda a sexta feiras como vou trabalhar e entro às 9h, o meu despertador toca às 5h50 e lá vou eu na minha habitual corrida pelo quarteirão. Corro aproximadamente 37 minutos. Quando chego à entrada do prédio faço um pouco de alongamentos e depois, para finalizar, corro escadaria acima até ao meu andar. Também sou bastante questionada se depois não me sinto cansada por ir trabalhar e ser o inicio do dia... Não minha gente. O que acontece é precisamente o contrário: um dia experimentei deixar o treino para o fim do dia e senti-me preguiçosa e sem genica todo o santo dia. A corrida dá-me energia, predisposição.

(Atenção, para sentir toda esta energia é necessária uma boa noite de sono. O corpo precisa de relaxar e os músculos de descanso)

Ao fim de semana corro também de manhã, mas claro sem colocar despertador :p Costumo correr um pouco mais de tempo, mas nada significativo, até porque não faço nenhuma paragem de treino. Ao longo do dia tento sempre beber 1,5 litro de água, assim como alimentos ricos em hidratos e proteínas de qualidade. Antes da corrida como sempre uma banana. Da minha opinião não se deve fazer exercício de barriga vazia.

E é apenas isto. Sei que muita gente completa o treino de corrida com musculação ou yoga, etc, contudo, eu corro por prazer, porque me sinto bem. Enquanto me sentir satisfeita e feliz com esta minha rotina, para quê alterar? :)

Claúdia

P.s - nos dias de chuva corro nas escadas do meu prédio. Subir e descer degraus cansa bem mais que correr durante 1h :)

Por que sem açúcar?

Em Abril de 2016 dei entrada no hospital demasiado doente, onde me foi diagnosticado diabetes tipo 1. Na altura guardei para as últimas a decência e coragem para me dirigir ao hospital... Apesar das dores musculares horríveis, de ter uma sede insuportável (bebia aproximadamente 5 litros de água por dia), uma fome louca por açúcar e mesmo passando a vida a comer pesava 47kg (ainda hoje me questiono como me deixei chegar a esse ponto).

Hoje em dia não mais tomo insulina, porque pelos vistoso que eu tive foi um virus que desencadeou a diabetes e não a diabetes propriamente dita... A verdade é que entrei no dia 26 de Abril com 669 de glicemia, muito perto de entrar em coma e após ter ficado internada, uma grande parte de mim mudou nesse dia. Nomeadamente a forma como olho para a vida e a forma como me alimento. Dizem que quando passamos por uma situação proxima da morte temos tendência a "redescobrir" o brilho e a alegria de viver, não é verdade? Pois bem, eu posso afirmar convictamente que é de todo verdade.
Contudo, não é sobre a diabetes que me proponho a escrever hoje, mas sim uma das grandes mudanças que esse sintoma trouxe à minha vida: açúcar. Ou melhor: sem açúcar. Sou totalmente franca, de inicio foi muito mas muito difícil. Inconscientemente o meu corpo estava já muito familiarizado com alimentos processados cheios de glicose (bolachas, pipocas, bolos e até café) e sofri muito de alterações de humor inicialmente. Atenção, eu sempre tive uma alimentação minimamente cuidada, sem exageros, contudo e tal como a maioria de vós, não me privava de uma doce de quando em vez assim como duas colheres no café de forma a dar sabor. Tudo isto mudou.

Hodiernamente não consigo beber café sem açúcar :) muitas vezes me pergunto como antes era capaz de tomar, porque na verdade agora sei o verdadeiro sabor do café e garanto que sabe 1000 vezes melhor! Deixei de lado as bolachinhas e optei (sempre de forma gradual, na medida em que todo este processo é bastante agressivo para o corpo) por frutos secos, papas de aveia, muesly com iogurte e fruta - muita e muita fruta! Bolos só mesmo caseiros e em ocasiões especiais e podem acreditar que o meu corpo hoje não sente falta. Sim, se sentir o cheiro recordo o delicioso saber, todavia apenas isso, recordação e não desejo.

Como referi inicialmente, hoje não tenho de seguir nenhuma restrição alimentar, porém mantive esta dieta e duvido que algum dia vá alterar. Porque? Porque me sinto bem melhor com o meu corpo, mais saciada após as refeições, raramente sinto fome e picos de energia e, sobretudo, porque agora sei o verdadeiro sabor dos alimentos naturais e e orgânicos e... adoro :) Ah, e a minha pele, dentes e cabelo ganharam outra vida. Saudáveis, respiram saúde e não "sangram" mais :)


Claúdia


P.s - também fiz a troca do pão branco pelo pão de centeio ou integral e substituí a manteiga convencional pela manteiga de amendoim. O manjar dos deuses ao pequeno almoço :)

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Balança

Deixei de me pesar tal e qual como deixei de fazer uma série de coisas e de ter certo tipo de comportamentos que para além de criarem ansiedade e induzir pressão, em nada me deixavam feliz.

A luta diária pela silhueta perfeita está hoje em dia tão enraizada em nós, como que uma extensão daquilo que somos. Que amor próprio aguenta isso? Como nos machucamos a nós mesmo só porque não temos um corpo digno de revista (estupidamente esquecemos que muitos dos corpos que aparecem nos media não são reais, sofrem grandes alterações antes de os visualizarmos)? Odiamos aquilo que o espelho reflecte apenas porque não temos o abdominal traçado ou os glúteos não são tão firmes como o esperado? Que violência é esta?

O nosso corpo é isso mesmo, nosso. Devemos estima-lo e trata-lo com todo o carinho que ele merece. Afinal de contas, não irá ele acompanharmos todos os santos dias da nossa vida? Devemos amar cada bocadinho do nosso ser, reconhecendo nele as imperfeições que nada são do que a normalidade: ninguém é perfeito. Só depois de olharmos para ele (corpo) com olhos de ver e olhos de coração, será possível perceber que a balança apenas nos mostra um número e não o valor real daquilo que representamos. E esse valor é tanto...

Claúdia

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Mulher

É muito fácil pegar numa revista feminina, um site popular (nem precisa ser assim tanto), um anúncio de publicidade, uma série super engraçada para perceber que por todo lado existe pressão feminina. Pressão para que cada mulher esteja a todas as horas e minutos do dia no seu máximo esplendor. Mesmo que tenha acabado de pular da cama há 5 minutos atrás.

Cabe ao seio feminino ter sempre o cabelo arranjado, unhas de gel sempre perfeitas e aí delas que ousem ter um singelo pêlo nas pernas (mesmo que estejamos em pleno inverno e andes 7 dias por semana de calças). No seu íntimo cada mulher sente que deve cumprir todos estes "requisitos" e mais alguns para poder senti-se 100% confiante em sociedade. Quer dizer, pelo menos parecer, né?
Há uns dois anos atrás eu era toda a descrição acima anunciada. Eu pintava e tingia todos os meses o meu cabelo. Eu pesava-me para ter a certeza que o meu rabo era aquilo a que se pode chamar "fit" (sinto tanta vergonha por confessá-lo...). Eu tinha a manutenção das unhas marcada para o dia 28 de cada mês (todos os meses!). E sabem que mais? Eu não me sentia eu na minha totalidade. A minha confiança era uma autêntica fachada.

Para que todas as fases da vida sejam aceites e sobretudo ultrapassadas, é necessário amadurecer. Eu amadureci. Hoje posso dizer com toda a confiança que não pinto mais as unhas e não há mais tinta sobre os meus fios. Hoje as minhas unhas têm um tão rosa natural e tão bonito que eu não poderia ser mais apaixonada por elas do que aquilo que sou neste momento. O meu cabelo respira saúde e os meus 53kg já me fizeram alcançar 1 maratona e a corrida matinal todos os santos dias. De certo não sou tão "vistosa" como há uns anos atrás, contudo, aos meus olhos sei o valor que tenho e reconheço em mim a beleza enorme que me constituí -  a mim e a todas as mulheres.

Cabe a ti mesma assumires o que queres, o que gostas de vestir, a forma como gostas de usar o cabelo (e não, não é só o cabelo comprido que dá à mulher um ar de mulher!), se deves ou não frequentar um ginásio. As mulheres ainda são muito duras umas com as outras. Não existe solidariedade. Há sempre um apontar de dedo, um comentário ou mesmo um olhar crítico para outra semelhante a nós que apenas é diferente e gosta (e tem coragem) de o ser.  Só depois de reflectirmos bem sobre tudo isto e percebermos que se queremos ter um estatuto igual ao dos homens e sermos reconhecidas por aquilo que factualmente somos (e não por aquilo que esperam que sejamos) é que podemos fortalecer a nossa virtude. Aquilo que nos torna únicas. Aquilo que faz de nós guerreiras e gladiadoras. Aquilo que faz de nós mulheres.

Claúdia

domingo, 10 de dezembro de 2017

Inicio

Comecei a abraçar o minimalismo não por moda, mas sim por necessidade. Já contei esta história pessoal várias vezes: olhei para dentro do meu guarda roupa numa bela manhã de domingo e senti asco de mim mesma. Não estou a exagerar no adjectivo, foi mesmo este sentimento que se apoderou sobre a minha pessoa.

Agora que vejo tudo de forma muito mais clara, é com um sorriso no rosto que constato que sou de uma origem simples e humilde. Os valores que me foram transmitidos em nada pactuam com a rapariguinha que durante anos se escondeu por baixo de roupas (em elevado número mas de fraca qualidade), unhas de gel que hoje em dia só de pensar me envergonham, tinta no cabelo (quando a minha cor natural é tão bela), brincos e piercings que sem dúvida alguma agradavam bem mais os outros do que a mim. Atenção, não é de forma alguma meu intuito criticar quem tem piercings e até tatuagens, aliás, isso cabe a cada um decidir se usa ou não. Apenas um ideia de que eu os utilizava não para meu agrado pessoal, mas sim para agradar outrem.

Vivemos, indubitavelmente, numa sociedade que promove o consumo como forma de desculpabilização pelo tempo que perdemos no trabalho e não junto da família. Gastamos irracionalmente como forma de nos premiarmos por algo extraordinário que fazemos diariamente (mais que não seja levantar 5 dias por semana cedo para ir trabalhar), sem ousar questionar se o nosso dinheiro (que custa tanto a ganhar) vai ser aplicado em algo que nos faz realmente falta, se a ética por detrás do item é ou não justa, se é uma compra racional e com qualidade suficiente para durar uma vida. Admitamos, quantos de nós fazem estas perguntas quando decidem comprar algo? Arrisco-me a responder: muito poucos.

O clic sobre tudo isto foi de um momento para o outro, todavia, a mudança de comportamento pressupõe trabalho contínuo e sobretudo paciência. Tolerância. Sim, porque vai haver vezes e momentos que vamos errar e comprar por impulso. É uma longa jornada, contudo eu mesma posso garantir que é uma aprendizagem boa, gratificante, muda a nossa forma de ver o mundo e de comunicar com ele.

Aprendi que antes de comprar o que quer que seja posso tentar concertar. Por que não regressar ao tempo em que íamos ao sapateiro concertar o nosso calçado? Por que não trocar a alguns dos livros empoeirados que estão há anos na nossa prateleira com amigos ou vizinhos que partilhem do mesmo interesse pela leitura? Ou então, por que não aproveitar a folga e dar um passeio até à biblioteca e poder ler os imensos livros que estão à nossa disposição de forma gratuita? Por que não pedir à mãe que sempre teve tanto jeito para a costura para acertar uns pontinhos num buraco de uma meia em vez de comprar 10 pares de meias a 3 euros na Primark? A lista podia continuar, porém penso que percebem perfeitamente onde eu quero chegar
.
Após uma mudança gradual sobre o forma de consumir, há também (como consequência) uma nova forma de olhar o desperdício, a alimentação e até a rotina de beleza. Alterei o uso de guardanapos de papel para utilizar exclusivamente guardanapos de pano. A marmita é feita e embrulhada em pano e frascos tipo pedreiro, assim como transporto compras na minha bolsinha de pano - amor eterno! Há meses que não usos cremes e passei a utilizar para este efeito óleo de amêndoas doces como substituto e não poderia estar mais feliz (até o meu namorado adora ao passar a mão pelo meu corpo, pasmem!). Não uso mais cotonetes porque uma toalha húmida cumpre mais do que bem a função. Fora desodorizante e o gel de banho foi ultrapassado pelo sabão.

Na alimentação a mudança foi maior do que alguma vez pensei ser possível, contudo e tal como já referi anteriormente, é uma mudança que acontece aos poucos. Sem pressões e sem medo de falhar - as falhas vão acontecer, cabe-nos apenas aprender com elas. A todas as refeições do dia como fruta e nas principais uma boa dose de legumes. Não como mais alimentos com açúcar, assim como café e chá só no seu estado natural: sem uma ponta de açúcar e/ou adoçante. Substituí o pão branco por pão de centeio ou integral e para além de constatar que é mais saudável, sacia durante muito mais tempo. Quatro ou cinco vezes por semana faço refeições em carne e a verdade é que já descobri imensas alternativas à carne e ao peixe. Não sei se algum dia irei ser totalmente vegetariana, contudo não me pressiono em demasia sobre esta forma de vida porque sei que toda esta mudança tem alterações no meu corpo, impacto, e por isso vou respeitando aquilo que o meu corpo me pede. Sem pressas e/ou pressões.

Tudo aquilo que acabei de relatar e descrever são apenas algumas mudanças que ocorreram na minha vida depois de decidir abraçar o minimalismo. Há dias difíceis e nem sempre tudo me corre na perfeição (alô, sou uma pessoa normal!), todavia posso garantir que hoje sou uma pessoa mais consciente de mim, do outro e do maravilhoso mundo que apresenta a mim todos os dias. Vivo de acordo com os meus princípios. Aprendi a apreciar os momentos em detrimento das coisas. Consigo poupar mais de 50% do ordenado para viajar, experimentar coisas novas e até para a aposentaria ao invés de gastar em algo superficial que me deixaria contente por umas horas apenas. Como já vos contei: é uma jornada trabalhosa, mas sem dúvida maravilhosa.

Claúdia