terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Pequenos pensamentos... Pequenas conclusões que vou (finalmente) captando nesta minha jornada de auto-aceitação (será que existe realmente um fim neste "processo"?) :

Sempre que tens a segurança de saberes o que és e como és (sem qualquer tipo de julgamento) e para onde queres ir no caminho incógnito que é a tua vida, estares longas horas sozinho e em silêncio não é solidão. Não te sentes só. Apenas desfrutas de uma boa companhia, de quem melhor te conhece: tu.

Claúdia

domingo, 14 de janeiro de 2018

O que aconteceu depois de deixar de pintar o cabelo

Há dois anos atrás (aproximadamente) pintava o meu cabelo todos os meses. Mensalmente reembolsava perto de 40 euros (às vezes mais) para "esconder" a minha cor natural. A minha cor natural é loiro escuro, castanho claro vá, e não sei por estupidez, falta de senso ou inteligência quis que o meu cabelo fosse vermelho. Um ruivo alaranjado não era suficientemente transformador para a minha pessoa, queria vermelho e de vermelho pintei. Na altura adorei! Super diferente! Super fixe! Contudo, super distante de mim... Muito pouca aceitação por aquilo que os meus genes me deram.

Ao fim de 3 anos e depois de haverem mudanças bem vincadas na minha vida e na forma como vejo agora o mundo e o que me rodeia (diabetes, menos carne, consumismo consciente, minimalismo, etc), decidi que não preciso mais de pintar os meus cabelos. Percebi que a beleza real está naquilo que sou de verdade, na simplicidade que também pode ser aliada à vaidade (com moderação).

De inicio foi complicado, confesso. Ver a raiz a crescer de uma cor totalmente oposta do restante cabelo... Cabelo mais oleoso se não o lavasse todas as manhãs... Todavia, o que constatei é que todo este processo apenas tinha um significado: o meu cabelo e a minha raiz estavam por fim a respirar novamente! A desintoxicar de tantos químicos e agressões diárias.

Já se passou mais de uma ano desde que deixei de pintar os meus fios e jamais me arrependi desta minha atitude. Muita coisa mudou, porém, deixo-vos com 3 das consequências com que me deparei desde que deixei o meu cabelo ganhar vida novamente:

  1. Crescimento - Facto! Desde que larguei as tintas o meu cabelo cresceu que só visto. Mais forte, mais saudável.
  2. Sem caspa - Nas primeiras semanas após cada manutenção era frequente ganhar alguma caspa, nomeadamente na parte de trás da nuca. Fora tinta = 0% caspa.
  3. Pele mais bonita - Não sei se tem ou não alguma influência directa (até porque não sou dermatologista), contudo foi notória a redução do acne na minha pele. Sem dúvida alguma que ela respira melhor.
E vocês? Como fazem para ter um cabelo mais bonito e saudável?

Claúdia

Banalidades #1

Cada vez se torna mais fácil comunicarmos uns com os outros. No tempo dos nossos avós e (também) dos nossos pais, para encurtar a distância de alguns amigos e familiares utilizávamos a rede fixa (telefone) ou então muito simplesmente escrevíamos uma carta. Sou do tempo em que todos os natais (desde que aprendi a capacidade de juntar palavras e assim formar textos) escrevia um postal de boas festas à minha madrinha. Este comportamento era recíproco da sua parte, na medida em que conseguia que eu na altura uma miúda cheia de genica e curiosidade tremenda, ficasse expectante sobre o postal que ela teria escolhido nesse ano. Todos os anos um postal diferente. Diferente nas cores, feitio, imagem. Então nos últimos anos... Até música tocavam os postais! Lia e relia todas as frases e palavras carinhosas de alguém que me é querido e que me demonstrava todo o seu carinho pelas palavras calorosas escritas em tinta da sua caneta Parker (quem não se recorda desta marca de canetas tão conceituada?).
Hoje as sms e redes sociais substituíram quase a 100% a caligrafia desenhada da minha madrinha. Hoje a rapariga com "bichos carpinteiros" é uma mulher e já perdeu o hábito de todos os natais se dirigir aos correios da vila para endereçar um postal de boas festas e com ele uma enorme saudade.

Os tempos mudaram, tal e qual as nossas vidas. Contudo, e sem retirar a importância deste desenvolvimento tecnológico e electrónico, nada é tão mágico como uma carta escrita à mão. Nada se compara à sensação do papel nos nossos dedos e do gasto que lhe damos sempre que relemos as palavras uma e outra vez.

Com a tecnologia veio a banalidade. Banalidade das palavras. Banalidade de escrevermos uma sms e podermos reenviá-la para toda a nossa lista de contactos. Que magia há nisso? Por isso, e depois de toda esta reflexão aprimorada, resolvi escrever uma carta. Uma carta em que o remetente sou eu mesma e que sentiu ao fim de tantos anos a dificuldade e (ao mesmo tempo) a maravilha que é deixar soltar todos os meus pensamentos mais íntimos em papel. Desta vez sem opção delete. Desta vez sem querer adicionar ninguém ao conteúdo.

Claúdia

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Pausa para actualizar algumas das minhas resoluções para o ano 2018, que vou tentando seguir da forma que me é possível e com suficiente determinação. Em relação à compra de roupa... Pois é minhas amigas e meus amigos, até agora (ok, ok, ainda só passaram 9 dias...) não gastei um único tostão em roupa, calçado, acessórios, electrónicos e afins :)

Como já corro há uns 4 ou 5 anos seguidos confesso que a parte da corrida matinal todos os dias não é bem uma resolução, mas sim um hábito, uma rotina, tal como almoçar e jantar todos os dias. Faço com todo o prazer que só quem ama correr e/ou praticar qualquer tipo de actividade física percebe :)

E o caminho traçado para uma alimentação mais consciente e vegetariana Claúdia? Pois bem, a verdade é que também tenho cumprido neste item, na medida em que 5 a 6 refeições semanais excluem na sua totalidade qualquer tipo de carne ou peixe. Tenho apostado nos hidratos, legumes, feijão, leguminosas, muita mas muita fruta e a verdade é que me sinto saciada e com predisposição para as tarefas do dia a dia.

Por último, e para ser completamente franca, a área do minha vida onde podia economizar mais um pouco, todavia bastante complicada porque me trás uma satisfação muito grande, é nos passeios e almoços/ jantares com o namorado. Ambos adoramos passear de carro, sem destino em concreto, dentro do nosso Portugal, que é como quem diz "turistas no próprio país". Não olhamos a custos para desfrutar destas simples e tão belas experiências, assim como a experimentar e degustar as comidas locais :) Somos ambos (também) apreciadores de refeições lentas e conversas com todo o sentido e sem sentido nenhum :)
(deve ser por tudo o que descrevi anteriormente que não sinto qualquer sentimento de culpa ou desilusão)

Claúdia

domingo, 7 de janeiro de 2018

Gratidão

Gosto muito de ler e da escrita de Mia Couto, me confesso. As palavras de tão simples e em simultâneo de tanto mas tanto significado... Uma das expressões que me bastou ler apenas uma vez e jamais esqueci "quem só sabe pedir, não sabe querer". Poderia uma frase dizer tanto sobre a nossa actualidade?

Hoje gostaria de deixar por escrito 5 coisas das quais me sinto grata e fazer deste comportamento uma mantra para todos os dias:

  1. Ter energia de sobra para correr com satisfação e leveza de espiríto
  2. Poder sentar-me e desfrutar de um bom pequeno almoço enquanto leio um excelente livro de José Rodrigues dos Santos (o que é nacional é bom!)
  3. Ter água quente para poder lavar o corpo e também a alma
  4. A minha família estar de excelente saúde
  5. Ter do meu lado o companheiro das maiores aventuras
Um feliz Domingo a todos :)

Claúdia

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Mínimo

Isto de assumir um estilo de vida minimalista e viver de forma mais consciente, tem trazido alguns benefícios que nunca imaginei serem possíveis... Para além de o alívio sempre que desapeguei ou deixei ir algo que já ná não me fazia falta (ou porque não tinha concerto, ou porque nada tinha a ver comigo, ou porque muito simplesmente não gosto, etc) sinto que cada vez me conheço melhor e não me sinto tão "atacada" por todas as influências externas. Aí o terrível "tique" da comparação! Aquela obsessão quase doentia de nos estarmos sempre a comparar aos outros... Reparar e quiçá julgar o que trazem vestido ou calçado, o telemóvel e respectiva marca, o carro todo xpto, os óculos, os adereços e um sem número de exemplos que parece nunca mais terminar... Resumidamente: atitudes que em nada acrescentam valor à nossa vida.

Desde que alterei a minha forma de estar na vida, a forma como os meus olhos percepcionam o que me rodeia, sinto-me bem melhor comigo mesma. E se tudo isto é apenas mais uma cena "hippie" para todos os que leem, fiquem a saber que também me sinto grata:

Controle financeiro - consigo guardar mais de 50% do meu ordenado todos os meses e juntar para viagens, passeios e jantares com o namorado :)

Tenho muito mais tempo para fazer o que gosto - menos tempo de compras = menos tempo a trabalhar = melhor qualidade de vida

Fisicamente sinto-me confiante e contente comigo mesma. Corro todos os dias e nunca senti tanta energia como agora. É engraçado perceber que agora que sou bem mais simples (sou simplesmente eu) e nada dada a superficialidades, sinto-me muito mais bonita :) por fora e, sobretudo, por dentro.

Claúdia

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

28 peças, é possível?

Para todas as pessoas que se questionam por que motivo ter 28 peças de roupa no total (já com roupa de treino incluída) mais 6 pares de calçado (sapatilhas de corrida + havaianas incluídas) é suficiente para mim, eu apenas respondo: porque tudo aquilo que eu escolhi (fui escolhendo) para fazer parte do meu dia a dia é o que me faz sentir bem e se adapta a mim. Aliás, tudo aquilo aquilo que fui escolhendo não só em relação às roupas mas também em relação às pessoas com quem convivo e até mesmo na alimentação. A vida em si mesma resume-se a isto: escolher. Escolher o nosso caminho. Tomar decisões.

Sinto-me feliz todos os dias quando me visto e tenho a certeza que se me vendassem os olhos eu poderia retirar à sorte duas peças de roupa do armário que com toda a certeza ficaria agradada com a combinação, porque sei o que escolhi e a consciência tranquila de que foi a escolha acertada. Agora em vez de perder imenso tempo a escolher a indumentária, passo mais do meu tempo a ler, escrever, investigar e também com aqueles que me dizem tanto, mas tanto :)

Claúdia

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Livre

Correr antes um pouco do nascer do dia. sentir o frio nas mãos, o som do vento nas árvores, o cantar tímido dos (escassos) pássaros, o compasso das minhas pernas a cada distância percorrida... Toda a minha vida teve como propósito (directa ou indirectamente) a busca pela liberdade. Fujo das amarras. Fujo dos compromissos que gastam a minha energia de forma negativa. Fujo de pessoas e relações tóxicas. Posso até parecer alguém bastante frio e egoísta, todavia há que saber dizer não. Dizer não a situações, dizer não a atitudes, dizer não a convívios, dizer não a mal entendidos, dizer não a certas pessoas para que possamos dizer sim a nós mesmos.

E, tudo isto para dizer, que mesmo depois de já terem passado 5 anos desde que me aventurei sozinha nesta coisa das corridas, continuo a sentir-me grata e emocionada por poder dar os bons dias ao dia da melhor forma que conheço. Livre.

Claúdia