domingo, 5 de abril de 2020

Ou é de mim ou este tempo de quarentena está a servir-me (e a todos nós) a darmos o real e importante valor que é a liberdade. Não há respostas exactas e ainda estamos longe de saber (acredito muito pouco que algum dia venha a ser revelada toda a verdade), todavia, tenho cada vez mais certeza que só chegamos a este ponto porque nos afastamos daquilo que é uma evidência tão difícil de aceitar: não somos o centro do mundo. Somos, sem dúvida alguma, uma parte determinante e valiosa, contudo, não somos e não podemos continuar a agir como donos e senhores. Toda esta vida de consumismo exacerbado, ingratidão, desigualdade, abundância de uns e carência de outros, o uso irracional dos recursos naturais... Quando iremos por fim perceber que a verdadeira doença é aquela que resulta dos nossos actos? Do nosso egoísmo? Da nossa teimosa estupidez?

Escrevo estas palavras e observo a chuva que caí do outro lado do vidro e pergunto a mim mesma o que vem de mau ainda será pior...

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